quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Green Eyes

Contorcendo-me em noites tão quentes quanto o verde dos seus olhos
Me mentiram ao dizer que verde acalma
Esses verdes nos seus olhos me encantam, me despertam íntimos desejos
Como? Como esses seus olhos conseguem fazer-me emudecer, cegar e confundir?

Ouço passos doces
Sinto-me tocar! Sinto-me tocar pelo verde dos seus olhos

Desperta meu paladar
Tudo, tudo em mim se desperta ao lembrar do verde dos seus olhos

Me calo em mais uma noite silenciosa de ruídos reprimidos
Contorcendo-me em mais uma noite quente
Tanto quanto seus olhos verdes

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

C.F. Abreu

Tudo isso dói.
Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.
Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto:' Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é? ' É o que estou tentando vivenciar.
Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída.
Nada é muito terrível. Só viver,não é?
A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.
Porque não estou fluindo.