terça-feira, 24 de março de 2009

Infindável

" Verbalizar: v. Dizer alguma coisa falando
Saudade: sf. Sentimento de tristeza causado pela lembrança de pessoa que está longe, ou morreu, ou coisa que não existe mais."

Verbalizar a saudade às vezes machuca mais do que apenas senti-lá. Dá uma sensação de incapacidade, de fraqueza. Precisariam de mais adjetivos para, de fato, expressar o que se sente quando se perde alguém. Não importa a forma da perda. Não importa!

Consigo controlar meu sono, meu desejo, minhas lágrimas, mas não controlo minha saudade.
Minha saudade é a forma mais simples de volta ao passado, de reviver tudo de bom que já existiu. A lembrança do cheiro de casa, do cheiro do corpo, do abraço, das mãos... dói! Mas dói ajudando - em alguns casos, evidente -. Ajuda a suportar o que se parece inssuportável, ajuda a fazer com que qualquer cama fria e noite chata, se transforme em um poço de calor e companhia.

Mas se prepare para voltar à realidade, essa sim é a parte que dói fervorosamente. Notar que a cama permanece vazia, assim como suas mãos. Compreender que aquele abraço e cheiro são frutos do seu íntimo desejo de apenas tocar alguém novamente. Isso sim, meus queridos, é a saudade.

domingo, 22 de março de 2009

Promessa

- Prometa nunca me esquecer!
- Eu prometo nunca lhe esquecer.
- Mesmo que se passe muito tempo?
- Ah, pára! Esse ano teve o seu nome, não tem nem como.


... Sempre tem.
"Entre as estrelas do meu drama, você já foi meu anjo azul.

Chegamos num final feliz, na tela prateada da ilusão. Na realidade, onde está você?

Em que cidade você mora? Em que paisagem? Em que país? Me diz em que lugar... Cadê você?



Você se lembra, torrentes de paixão? Ouvir nossa canção. Sonhar em Casa Blanca, e se perder no labirinto de outra história. A caranava do deserto atravessou meu coração. E eu fui chorando por você, até os sete mares do sertão.

Você se lembra, torrentes de paixão? Ouvir nossa canção. Sonhar em Casa Blanca, e se perder no labirinto de outra história.



Na realidade, onde está você? Em que cidade você mora?

Em que paisagem? Em que país? Me diz... em que lugar? Cadê você? "





Geraldo Azevedo - Você se lembra

sábado, 21 de março de 2009

Eu costumava ter medo de fantasmas, ter medo do escuro e do que nele havia. Medo dos vampiros e monstros que via nos filmes. Acho gozado como até hoje, eu sinto um pouco de medo disso tudo - claro que em outros aspectos.

Tenho medo dos meus fantasmas, medo do escuro que sua ausência me traz. Medo da sua volta, e do modo que, com certeza, você irá sugar todo meu ar. E é por isso que vou tentanto evitar.

Evito lembrar dos detalhes, das palavras usadas ou não, por você. Não, definitivamente eu não gosto de lembrar do modo como me senti nas primeiras 48 horas depois de você ter saído da minha vida. Foi pior do que eu poderia imaginar. Fato!

Enquanto me chamam pra mais uma partida de dominó - claro que seria mais chique ser pôker, mas por falta de experiência, vai dominó - e pra outra rodada de cigarros/absolut/cerveja... só sua imagem me vem.


Preciso entregar.
Preciso me entregar.

domingo, 15 de março de 2009

Sinônimo da saudade

Em tempos de noites quentes, transpirantes, sinto apenas falta da sua transpiração, da sua aptidão para me fazer transpirar. Lembro que sentia minhas pupílas dilatarem, meus olhos se fecharem automaticamente ao sentir seu perfume, e claro, o coração disparar em ritmos acelerados. Não fazia diferença se você tinha mudado de perfume, afinal, era o perfume da sua pele que me atiçava. Aguçavam-se todos os meus sentidos, todos. Ofato, tato, paladar, visão e audição, todos em sintonia com você, com nossos momentos. Ao mínimo toque já estava entregue, não tinha como evitar. Em meio ao caos, ao passar desordenado do tempo, ainda ficaram aquelas marcas entreabertas de tudo que nós tivemos. Que se danem as pípulas, calmantes, amantes... enquanto houver memória, existirá você.