segunda-feira, 6 de julho de 2009

As horas se tornam meu inimigo maior. E o pior é que ele é constante, não para de passar um só segundo. Tem aliados fortíssimos dentro da minha casa, cercando tudo ao meu redor. O relógio, por exemplo; esse é vive em função das horas. Tenho como evitá-lo, e o faço. Mas e a janela? Ah, essa expõe de todo modo, como o meu inimigo se desenha. Parece que tudo ao meu redor tomou um rumo diferente do esperado, deixando um ritmo não muito fácil de acompanhar. E você também faz parte disso... É, faz parte de tudo isso que me incomoda e, indiretamente, conspira contra minha paz interior. Afinal de contas, meu celular continua na mesa ao lado da cama, sempre ligado, sempre a esperar. Mas nada de você. E em mim, tudo de nós.
É engraçado como eu - depois de tudo - ainda acho muito lindo meus pés junto aos teus. Há uma diferença grotesca de tamanho, formato e essas coisas; mas ao mesmo tempo, parece que são parte de uma mesma pessoa. E nós, naquele momento, realmente éramos uma só pessoa.
Então, para esquecer todas essas lembranças de pés, mãos, corpos, sexos, eu tento esquecer. E rezo, intimamente, para que o tempo pare.
Mas não... ele continua frenético.
Daí em diante, ele têm se tornado um inimigo crucial.
Isso tudo fugiu do script do nosso filme. Ou apenas do meu.
Você costumava ser o refúgio; meu refúgio. E hoje?
Hoje o celular ainda está ligado. Ainda sem nenhuma ligação.

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