quarta-feira, 15 de abril de 2009

João e Maria

Já não sobram unhas para roer. Não sobrou nada para se camuflar dos olhares. Todas as batalhas que haviam travado, até então, tinham sido inúteis. Pra quê tudo aquilo? Palavras trocadas brutalmente como se fossem uma luta de esgrima, e entre uma palavra e outra,
sempre haviam golpes (quase) mortais. Se perguntavam, mais uma vez, pra quê tudo aquilo? Não iam se resolver.

Ela precisava muito da sua ausência, mas queria sua presença. Uma situação realmente contraditória. Queria tê-lo ao lado nem que fosse pra passar o tempo. Brigando. Era isso que eles mais faziam; passar o tempo brigando. E como ela adorava aquela cara de cão aborrecido dele. Era melhor que ter orgasmos múltiplos.

Ele precisava muito da sua presença, mas queria muito sua ausência. Talvez fossem parecidos nas contradições. - Que ninguém nunca ousasse dizer que ambos se pareciam tanto. Queria tê-la ao lado para observar o modo com ela balançava as mãos, em gestos sublimes, mas com
uma brutalidade monstra. Era engraçado oberva-la gritando e se exaltando. Ele sempre estava certo. Bem, talvez ela estivesse também...

Ela birrava de um lado. Ele fechava a cara de outro.
Pensavam que talvez fosse melhor desistir daquela (nova) briga inútil e cada um seguir pra um lado.

Nunca conseguiam...
Indiscutível. Eram loucos um pelo outro.

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