terça-feira, 5 de maio de 2009

Primeira pessoa do plural

As janelas e portas continuam fechadas.
Olho e me pergunto quando vou ter coragem de abri-las novamente.
A chuva foi embora diante do meu pedido, e o sol agora me espera.

Exitem razões para eu querer sair.
Você é uma delas!

Seu hálito em minha nuca.
Sua nuca em minhas mãos.
Suas mãos em mim.

Ao acordar do teu lado, sinto-me capaz de enfrentar o mundo.
Mas ainda tenho medo de abrir minhas portas e janelas;

Você me diz: "Desprenda-se! Liberte-se de toda angústia!"

Ouço! Te sinto cada dia mais, mais e mais.

Seu cafuné antes de dormir, suas piadas sem graça e a mania de mexer no piercing.
Seus olhos verdes, suas unhas mal cortadas e suas palavras tão exatas quanto nosso momento.

E você me diz: "Desprenda-se! Liberte-se de toda angústia!"

Retirei as trancas das portas e janelas; cabe ao vento abri-las ou não.

Nos cabe!
Vos cabe!

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