quarta-feira, 1 de abril de 2009

As palavras dele eram como música das boas para seus ouvidos. Era como ter a certeza de que ela, mais uma vez, estava certa. Bem no meio daquelas pessoas, ele tentava se explicar e falar. Pedia para que ela parasse de olhar para os lados e lhe dar atenção.

Ela ria!

Ria como se aquela declaração pública, nunca feita antes, fosse a coisa mais hiláriante do mundo.E como ela se esbaldava por rir da cara daquele cidadão. O dono de suas antigas lágrimas, de suas antigas noites perdidas ou ganhas, não importava mais.Ela agora não tinha mais lágrimas, não perdia nem ganhava noites. No lugar das lágrimas, sorria como uma criança que acabava de ganhar o melhor presente do mundo. E ele a fitava parado.No lugar de perder ou ganhar noites, ela só vivia intensamente cada uma delas, e não só as noites, mas também, e muito bem, os dias.

Ela ria!

Ele ficou impressionado com a capacidade de mudança daquela que ele julgava conhecer como a palma da sua mão. Não a reconhecia nos seus sorrisos irônicos. E isso, óbviamente, era com o que ela menos se importava. Queria mais era continuar a sorrir dele, pra ele, ou com ele, quem sabe. Tê-lo perto, naquele momento, era como uma terapia, e aqueles sorrisos um desabafo.

Ela ria!

Ele já não aguentava mais vê-la daquela forma tão sadia, tão bem e linda. Com certeza o que mais mexeu com ele foi vê-la tão deslumbrante, como nunca tinha visto. Aqueles cabelos, que antes eram perfumados com arômas cotidianos, agora eram perfumados por perfumes internacionais, dados talvez por outro rapaz. A cada brisa que batia, e ele sentia o novo arôma, ele pensava no quanto era triste por ter perdido aquela mulher... LOGO AQUELA mulher.

E ela... ela ria!

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