sábado, 22 de agosto de 2009

Nós estavamos parados ao lado de um casal. Eles pareciam estar mais felizes do que nós...

Nesse momento, todos parecem mais felizes que nós.

Você me apertou a mão, que até consegui sentir um pouco do seu nervosismo.
Olhou pra mim com tanta súplica, que até pensei em te abraçar.
Preferi não interromper nosso momento; eram tão poucos os que nos sobravam.
Uma pena!

Quem nos viu, quem nos vê.

Um breve diálogo entre duas pessoas que já não se conheciam mais. É estranho admitir que, aqueles lá sentados, éramos nós; era estranho admitir que o casal ao lado era o nosso retrato de tempos atrás - se você abrir minha carteira verá.

Bem na nossa frente estava um lindo, muito lindo dia de sol no laguinho.
Dava até pra imaginar os filhos que não queriamos ter, correndo dos gansos, brincando de se matar.
Dava até pra imaginar uma salvação...

Você se virou e perguntou a que horas iamos pra casa.
Era clara sua cara de angústia, de frustração por não conseguir resolver mais esse problema.
Nos levantamos.
De mãos dadas.

Houve um tempo em que andar de mãos dadas era signifcado de afeto, proteção, junção. Houve um tempo!

Demos meia volta no lago.
Meia volta para retornar.

Você continou a me apertar.
Eu continuei a ignorar seu nervosismo.
Nós continuavamos nos sufocando.

Em casa lembrei do casal ao lado.
Em casa lembrei que não queria ser memória.

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